quarta-feira, 12 de outubro de 2011

13 de outubro, dia do fisioterapeuta


Das mãos a energia, do olhar a compreensão, da vida a verdade. A força que emana da vontade de ser mais que alguém, ser alguém que cuida, acolhe, sente, compadece, apóia, auxilia, ensina, aprende e ama. Das mãos vem algo mais que reabilitação, vem humanidade. Humanidade expressa no riso eufórico de uma criança, no choro de um adulto ao reaprender a dar os primeiros passos, na felicidade de um idoso ao ter suas dores aliviadas. Ser fisioterapeuta não é ter uma profissão, é ter uma filosofia de vida; é compadecer-se do sofrimento alheio e dar-lhe, através das mãos, um alívio. É acreditar na força do amanhã, entender as adversidades como simples pedras no caminho e não montanhas e assim, como diz o poeta, recolher todas estas pedras para um dia fazer um castelo; castelo que irá tornar-lhe mais forte na missão de ser humano. Ser fisioterapeuta é dar ao paciente a vontade de continuar vivendo, é fazer a vida valer a pena, devolver-lhe o sorriso, a vontade de lutar. Ser fisioterapeuta é ter o dom, que eu diria mágico, de se dá à sua profissão na vontade e necessidade de dar ao paciente uma melhor qualidade de vida. Ser fisioterapeuta é ser feliz na felicidade do seu paciente.

Parabéns a todos os fisioterapeutas e acadêmicos de fisioterapia


Alessandro Santos

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Possível via terapêutica para danos cerebrais e doenças neurodegenerativas

Para os adeptos da ciência aplicada à neurobiologia, assim como os “viciados” neste assunto tão complexo e ao mesmo assustador, segue um artigo como referência aos interessados que planejam ter na neurociência um futuro promissor.
Como todos nós sabemos, durante quase todo o século 20, o “dogma central da neurobiologia” dizia que a neurogênese (o nascimento de neurônios novos) ocorria apenas durante o desenvolvimento embrionário e que o sistema nervoso central adulto era estático, sem capacidade de regeneração. Essa noção foi desafiada pela primeira vez apenas na década de 1960, quando Joseph Altman e colegas detectaram divisão celular pelo método de autorradiografia, mostrando novos neurônios no hipocampo e no bulbo olfatório de ratos adultos. Apenas na década de 1990, com o isolamento de células-tronco neuronais multipotentes do cérebro de camundongos adultos e com a demonstração de células em divisão na Zona Subventricular com capacidade migratória e de se tornarem neurônios, é que a ideia da neurogênese adulta em mamíferos foi amplamente aceita. Já no cérebro humano, somente nos anos 2000 é que vem sendo estudado e evidenciado que a neurogênese ainda ocorre na fase adulta, mesmo em sujeitos idosos, entretanto, as interações, funções e organização dessas células ainda continuam incertas. Agora está estabelecido que a neurogênese continua durante a fase adulta em pelo menos duas áreas do cérebro de mamíferos: (1) na Zona Subventricular ao redor dos ventrículos laterais e (2) na Zona Subgranular na região do hipocampo.
No sistema olfatório, as células-tronco residem na Zona Subventricular, região composta por astrócitos, por células proliferativas com alta capacidade mitótica e por neuroblastos jovens. Astrócitos são originalmente células da glia, os quais se acreditavam terem apenas uma função estrutural e de regulação de algumas substâncias no sistema nervoso, porém, especialmente na Zona Subventricular apresentam características únicas de células-tronco, podendo se dividir em células proliferativas e neuroblastos migratórios. Os neuroblastos jovens gerados na Zona Subventricular se organizam em cadeia e migram junto a Via Migratória Rostral, estrutura em forma de tubo composta por células da glia e vasos sanguíneos que possui grande interação com as células migratórias, onde a maior parte dessas células se direciona para o bulbo olfatório, órgão responsável pelo sentido olfativo e sua memória, se desprendendo e migrando para suas posições finais, sendo diferenciados em interneurônios e integrados à circuitaria neuronal. Na região do hipocampo, as células-tronco da Zona Subgranular se dividem em neuroblastos jovens que migram por uma curta distância até o giro denteado, onde se diferenciam em células granulares e se integram à circuitaria neuronal.
A neurogênese em ambas as Zonas Subventricular e Zona Subgranular estão envolvidas em alguns tipos de aprendizado, embora suas funções não sejam completamente conhecidas. A significância das funções da neurogênese adulta na Zona Subventircular ainda é incerta, mas sabe-se que há uma melhoria da memória de odores quando neuroblastos migram para o bulbo olfatório, e que esse não é o único alvo possível durante o percurso pela Via Migratória Rostal, o que foi visto em modelos animais de derrame cerebral apresentando lesão no córtex motor e no córtex somatosensorial, onde células progenitoras migraram para o local danificado e se diferenciaram em neurônios. Além da forte relação com o aprendizado e a memória, a neurogênese no hipocampo também tem um papel na regulação do humor, o que leva à hipótese de que transtornos de humor estejam relacionados a alterações na neurogênese adulta.
Desde que a neurogênese adulta foi devidamente reconhecida, muito progresso tem sido feito no entendimento de sua regulação e suas funções. Existe um grande interesse na possibilidade de reposição neuronal em casos de danos cerebrais ou doenças neurodegenerativas, envolvendo o uso terapêutico em humanos desse crescimento neuronal adulto, no entanto, muito ainda deve ser estudado para compreendermos melhor as vantagens evolucionais desses processos e sua complexidade funcional, para que possamos algum dia usar esse conhecimento em nosso benefício.

Autor: Whitman MC, Greer CA. Adult neurogenesis and the olfactory system. Prog Neurobiol 2009;89(2):162-75.


Por: Cristian Coutinho,
(Fisioterapeuta pela Universidade Guarulhos (2007); Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pelo Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, InCor-HCFMUSP(2008); Extensão em Neurociências pela Neda-Brain (2011); Especializando em Gestão de Negócios em Serviço pela Universidade Mackenzie (2012) e Fisioterapêuta da Cooperfit-SP)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Alongamentos em idosos


O QUE É ENVELHECIMENTO:

O processo de envelhecimento pode ser definido com um declínio das funções do corpo que ocorre de maneira gradual e contínua, não podendo ser definido o seu começo. Este processo é variável entre indivíduos e entre os diversos sistemas que o compõe.
No Brasil é considerado idoso aquele indivíduo com 60 anos ou mais, todavia, em países desenvolvidos a idéia limite para se tornar idoso sobe para 65 anos. À medida que a expectativa de vida aumentou e a taxa de fertilidade reduziu o contingente de idosos na população mundial cresceu consideravelmente.
É importantíssimo que os serviços de saúde entendam este processo do envelhecer e como lidar com ele para que esteja preparado para uma população de idosos e todas as necessidades de atenção que eles têm.

O QUE É FLEXIBILIDADE:

Flexibilidade pode ser definida como a habilidade de mover uma articulação pela amplitude de movimento esperada sem causar estresse á unidade musculoesquelética. Esta depende da elasticidade muscular, capacidade de distensiabilidade dos ligamentos e tendões, maleabilidade da pele e tolerância à dor.
Alguns fatores intrínsecos e extrínsecos influenciam a flexibilidade. São eles: período do dia, temperatura ambiente, gênero, idade e, para os atletas, especificidade do treinamento e situação do atleta.
A magnitude de flexibilidade pode ser proporcional à idade de um indivíduo. Assim, quando há uma redução da flexibilidade durante o processo de envelhecimento, pode ocorrer uma perda parcial da independência dos movimentos, evoluindo para uma perda total dessa independência com o aumento da idade.
A perda da flexibilidade tem sido relacionada às alterações biológicas associadas à idade, rigidez e atrofia muscular, diminuição da elasticidade, aumento do colágeno tipo 1 e reorganização das unidades motoras.
Dessa forma, a obtenção de uma boa flexibilidade, através da realização de exercícios de alongamento muscular, é frequentemente um objetivo terapêutico comum no tratamento de indivíduos idosos.
A perda de flexibilidade vem sendo relacionada com: Alterações biológicas associadas á idade; rigidez e atrofia muscular; formação de osteófitos; diminuição da elasticidade; aumento do colágeno tipo 1 e reorganização das unidades motoras e a artrose. Os movimentos articulares que mais diminuem com o aumento da idade cronológica são: rotação da coluna cervical; flexão de quadril; flexão e extensão de joelho e flexão e abdução do ombro.

 
TIPOS DE ALONGAMENTOS

Os tipos de alongamento muscular podem ser classificados da seguinte maneira:
Alongamento estático: quando uma força relativamente constante é aplicada vagarosa e gradualmente até um ponto tolerado pelo paciente e mantida por um curto período de tempo, pode ser realizado por uma força ativa, por um fisioterapeuta, ou ativa, pelo próprio indivíduo, desde que haja um relaxamento muscular na posição alongada.
Alongamento balístico: usa o balanço rítmico e rápido de um segmento corporal para alongar vigorosamente o músculo. Seu uso clínico é pequeno e controverso, já que a produção de tensão rápida e intensa pode desencadear o reflexo miotático, havendo o risco de ruptura tecidual.
Técnicas de PNF: Leva a uma estimulação dos proprioceptores musculares, usando o princípio da inibição recíproca e causando uma resposta neuromuscular. Normalmente envolve contrações isométricas do músculo a ser alongado seguidas por um alongamento estático passivo ou ativo.
Alongamento pela contração muscular excêntrica: o paciente mantém uma contração isométrica do músculo a ser alongado que é superada por uma força externa e convertida em uma contração excêntrica da amplitude total do músculo alongado.
Alongamento global: alonga vários músculos simultaneamente, é organizado em cadeias musculares e leva em consideração a idéia de que um músculo encurtado gera compensações nos músculos próximos ou distantes.

INDICAÇÕES:

As indicações clássicas da realização do alongamento muscular incluem a prevenção de lesões, melhora da flexibilidade e do desempenho atlético e aplicação como coadjuvante na reabilitação de lesões musculoesqueléticas.
Em idosos, onde o sedentarismo pode se tornar acentuado, a prática de atividade física bem orientada e realizada regularmente traz inúmeros benefícios, como maior longevidade, redução das taxas de morbimortalidade, redução do uso de medicamentos, prevenção do declínio cognitivo, redução da freqüência de quedas e fraturas, manutenção da independência e autonomia e melhoras psicológicas.
A realização de alongamentos é indicada quando o objetivo é aumentar a amplitude de movimento, que pode estar comprometida devido o aumento do tecido. Conjuntivo e da rigidez muscular e a diminuição da elasticidade que pode ocorrer no processo de envelhecimento.

SELEÇÃO DA TÉCNICA:

A técnica de alongamento estático, realizada de forma passiva ou ativa, é a mais confortável para esta população e apresenta resultados eficientes no aumento da amplitude de movimento e flexibilidade.
O alongamento estático ativo é recomendado principalmente nas ocasiões em que a posição do paciente favorecer o uso do peso corporal para a manutenção do alongamento. Em outros casos, sugere-se que a forma passiva de alongamento estático seja mais confortável.
Porém nenhumas das outras técnicas mostrada anteriormente está  completamente contra-indicada, ficando a escolha a critério do fisioterapeuta, que deve considerar os objetivos do paciente e maior conforto ao mesmo.

FREQUENCIA E TEMPO DE MANUTENÇÃO:

Estudos indicam que 30 segundos de alongamento estático são suficientes para aumentar a amplitude de movimento dos músculos isquiotibiais realizado 1 vez por dia em indivíduos adultos jovens.
O tempo de manutenção em idosos deve ser de 60 s, considerando que, com a idade, há um declínio da mobilidade articular que pode ser melhorado com a prescrição de alongamentos de maior duração. Além disto, esta duração pode ser benéfica contra o aumento da rigidez muscular e deposição de colágeno que acompanha o processo de envelhecimento.




Falar em alongamentos e exercícios físicos na terceira idade é falar em melhor qualidade de vida.




 "Não importa se a estação do ano muda... Se o século vira, se o milênio é outro. Se a idade aumenta... Conserva a vontade de viver, Não se chega a parte alguma sem ela."  ( Fernando Pessoa )



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Mais uma conquista da FG


A Faculdade Guanambí vem evoluindo cada vez mais na sua missão de trazer ao sudoeste baiano um ensino de qualidade. Na última sexta-feira, 12 de agosto de 2011, mais uma conquista da FG, mantida pelo Centro de Educação Superior de Guanambí (CESG), foi concretizada. A FG inaugurou o seu Centro de Saúde. De caráter teórico/prático, este centro torna-se um local onde as aulas práticas de determinadas disciplinas e os estágios supervisionados serão ministrados, dando ao acadêmico a oportunidade de estar inserido na comunidade, devolvendo-lhe em forma de tratamento uma mínima parte do conhecimento adquirido dentro da instituição.
O Centro de Saúde da Faculdade Guanambí é equipado com um ambulatório de fisioterapia e um consultório para nutricionistas, que atenderão pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e de alguns convênios, entre eles o PLANSERVE, BRADESCO, entre outros.  Além de toda estrutura necessária á realização das práticas o Centro conta com salas de aula onde serão ministrados conteúdos teóricos, no intuito de tornar mais próximo a relação entre a teoria e a prática, vertentes inseparáveis do processo de aprendizagem acadêmico.
A FG se mostra determinada a melhorar o ensino nesta região da Bahia tão carente de oportunidades.  Contando com cursos reconhecidos com notas excelentes pelo MEC, ela vai aos poucos galgando seus degraus na escada para o sucesso. Ainda falta muito que percorrer, apesar da conquista deste Centro e do Laboratório de Biomedicina, inaugurado tempos atrás, os trilhos do sucesso não param. O que nos resta agora é usufruir deste serviço e esperar por novidades. Faculdade Guanambí, estude perto, chegue longe!!!
Para mais informações acessem: FG ACONTECE
 
Por: Alessandro Santos

sábado, 6 de agosto de 2011

SÍNDROME DO PIRIFORME

             
Definição:

É a consequência da compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme na sua saída da pelve para a região glútea.
O piriforme é um músculo pequeno e profundo, em formato de pêra, originando-se na face anterior do sacro, insere-se no trocanter maior do fêmur e tem como função a rotação externa da coxa.
O nervo ciático passa debaixo deste músculo, mas em algumas pessoas (10%) ele passa através dele, o que aumenta a predisposição para a síndrome.
O termo SÍNDROME DO PIRIFORME foi usado pela primeira vez por Robinson, em 1947. Ele chamou-a de síndrome porque listou 6 achados que compunham o quadro clínico.
  1. História de trauma na região sacro-ilíaca e glútea;
  2. Dor na região sacro-ilíaca, escoltadura ciática maior e piriforme que desce para a coxa e provoca dificuldades de caminhar;
  3. Aumento da dor quando o paciente que estava sentado fica em pé;
  4. Aumento palpável e doloroso de volume;
  5. Dor ao elevar o membro inferior com o joelho estendido e o paciente deitado de costas ( sinal de Lasegue);
  6. Atrofia glútea, dependendo da duração dos sintomas.
O "teste do piriforme" ´de grande valor diagnóstico e consiste em resistir à rotação lateral do quadril. É positivo quando o paciente refere dor. Podem também ser solicitados, dependendo do caso, exames complementares como ressonância magnética, ultrassonografia, radiografia e eletroneuromiografia.

Caso o nervo ciático esteja muito irritado ou inflamado, o tratamento inicial pode ser calor superficial, tens, iontoforese, laser, repouso e analgésico. Um leve estiramento pode ser realizado posteriormente em posição de decúbito lateral ou em posição sentada. Os exercícios de contrair-relaxar realizados em decúbito ventral também são efetivos no relaxamento do músculo piriforme (Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva). Os estiramentos realizados pelo próprio paciente também são de grande importância ao tratamento. A massagem de fricção transversa profunda também é efetiva no tratamento da tensão do músculo piriforme.





Alguns exercícios:


 
Por Heitor  Machado



quarta-feira, 6 de julho de 2011

Artrite Reumatóide


É uma poliartrite inflamatória com manifestações sistêmicas caracterizada por períodos de exacerbação e períodos de remissão. Atinge mais mulheres que homens (na proporção de 3:1).
Sua causa é desconhecida, porém com forte influência genética uma vez que até 10% dos portadores de AR relatam ter algum parente em primeiro grau que sofre da mesma afecção. Outras teorias incluem a possibilidade de infecção por um vírus, como o Epstein Barr, vírus ou toxinas relacionadas ao intestino, ou por microorganismos ainda não identificados. Além disto a AR parece ter um foco autoimune.
Como fisiopatologia pode-se destacar:
Alterações inflamatórias na membrana sinovial possivelmente após a invasão da sinóvia por um antígeno que provoca uma reação antígeno-anticorpo e ativa o complemento. Vasos sanguíneos sinoviais proliferam, dilatam-se e ficam congestionados, possivelmente provocando o aumento de glicosaminoglicano que causa alterações mucóide no tecido sinovial externo que causa vasculite e perivasculite.
A membrana sinovial hipertrófica e hiperlásica é infiltrada por células presentes em inflamações crônicas (macrófagos, linfócitos T e B e células plasmáticas) aumentando assim a sua área superficial.
As respostas inflamatórias crônicas que ocorrem após algum tempo são exsudação, destruição, proliferação e reparação. Existe multiplicação por divisão mitótica das células sinoviais, que normalmente formariam uma única camada celular, mas passam a ter a espessura de cinco ou sete células. Quando a inflamação persiste a sinóvia se dilata, formando vilosidades de tecido sinovial, que tendem a projetar-se nas superfícies articulares das margens articulares e sobre as extremidades ósseas. Essas projeções semelhantes a bastões de sinóvia inflamada e tecido de granulação são chamadas pannus. Esses pannus gradualmente corroem a cartilagem adjacente e o osso, provocando erosões e contribuindo para a destruição das articulações.
Sua condição é tipicamente descrita como poliartrite simétrica, classicamente iniciando-se na periferia e disseminando-se proximalmente. Em casos raros a afecção pode apresentar-se como doença sistêmica generalista ou manifestações extra-articulares.
As manifestações clínicas estão relacionadas aos sinais flogísticos de uma inflamação (dor, calor, rubor, edema e perda de função). Os primeiros sinais da doença ocorre nas articulações interfalângicas proximais (IFP) e metacarpofalângicas (MFC). As articulações cárpica, radiocárpica, e ulnarcárpica também são afetadas logo no início. No pé, as articulações correspondentes também são atacadas e há evidências de que as primeiras erosões são observadas nas articulações metatarsofalanginas.
Como sinais clínicos pode-se encontrar Dor, Sensibilidade, Edema, Calor, Eritema, Perda da função, Rigidez, Deformidades, Enfraquecimento Muscular e diminuição da ADM.

sábado, 2 de julho de 2011

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES QUEIMADOS

Olá caros leitores, passado o período das Festas Juninas, viemos trazer para vocês um post legal sobre queimados, já que os festejos incluem a tradicional Fogueira de São João. Nesse período o nordeste ganha um número grande de casos de queimaduras, seja por fogueiras, seja por fogos de artifícios e outros.
Sendo assim, vamos discutir um pouco como a fisioterapia pode está atuando nesses pacientes, aumentando sua expectativa de vida e diminuindo seu período no ambiente hospitalar.
Com o avanço da tecnologia e da ciência médica diminuíram significativamente a morbidade e a mortalidade causadas por queimaduras. O processo de reabilitação vem se modernizando, além dos novos recursos terapêuticos utilizados no tratamento das queimaduras.
O sexo masculino tem uma maior incidência, podendo ocorrer em qualquer faixa etária, ocupação e situação econômica do paciente. Vítima mais frequente são crianças de até seis anos causados por escaldamentos (líquidos quentes), e queimaduras por combustão, sendo 60% dos casos de acidentes domésticos.
Em idosos também é comum queimaduras por escaldamento devido à menor capacidade de reação e limitações físicas. O sexo feminino constituem 91% dos casos de tentativas de auto-extermínio com utilização de fogo.As queimaduras elétricas embora de incidência pequena (5 a 10%), correspondem a um dos tipos mais agressivos de lesão térmica e geralmente são vítimas de acidentes de trabalho (Eliane Guirro 2004).

TIPOS DE QUEIMADURAS


As queimaduras são lesões que atingem a pele de forma brusca decorrente da ação térmica.
As queimaduras podem ser classificadas de várias formas. Uma das principais é de acordo com a profundidade da lesão. De acordo com esse sistema, encontramos os seguintes tipos:


  • Queimaduras de Primeiro Grau: a lesão atinge apenas a camada mais superficial da pele (a epiderme) e apresenta vermelhidão local, ardência, inchaço e calor local. Pode ocorrer em pessoas que se expõem ao sol por tempo prolongado e sem proteção. É considerada grave quando atinge grande pate do corpo.






    • Queimaduras de Segundo Grau: a lesão atinge as camadas mais profundas da pele (a chamada derme). A presença de bolhas é uma característica desse tipo de queimadura. O inchaço é importante, e a dor é bastante intensa. Como ocorre perda da camada superficial da pele, que protege contra a perda excessiva de água, nesse tipo de queimadura pode ocorrer perda intensa de água e sais minerais, levando a um quadro de desidratação grave. Esse tipo de queimadura pode ser causado pela exposição a vapores, líquidos e sólidos escaldantes.   

    • Queimaduras de Terceiro Grau: nesse tipo de queimadura, ocorre lesão de toda a pele, atingindo os tecidos mais profundos, como os músculos. Curiosamente, esse tipo pode não ser doloroso, já que as terminações nervosas que geram a dor são destruídas junto com a pele. A cicatrização geralmente é desorganizada, gerando cicatrizes. Comumente, requer a realização de cirurgias, com enxerto de pele retirado de outras regiões do corpo
    .

    TRATAMENTO DA QUEIMADURA

     A balneoterapia é um procedimento realizado em sala própria do CTQ (Centro de tratamento de queimados), a sala é equipada com oxímetro de pulso e material de assistência ventilatória para uso regular. O cardioscópio e o desfibrilador ficam disponíveis para uso em casos específicos. A balneoterapia é realizada em mesas de aço inoxidável. O banho e a limpeza das feridas são realizados pela enfermagem, sob supervisão da equipe médica. Empregam-se a aplicação de solução anti-séptica e a escovação em todo o corpo, não ficando restritas às áreas queimadas. Comumente, são realizados pequenos debridamentos e escaratomias pelos cirurgiões.O tratamento do paciente queimado requer a atuação de uma equipe multidisciplinar. Quando a queimadura atinge os membros superiores ou inferiores ocorre uma redução importante da circulação distal. Portanto, devem-se examinar as extremidades, observando sinais como enchimento capilar comprometido ou mesmo cianose.

    FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES QUEIMADOS

    Até pouco tempo a fisioterapia só poderia iniciar sua abordagem terapêutica após a alta hospitalar. Hoje, apresenta grande alteração, iniciando já na fase aguda.
    A fisioterapia sempre foi vista como uma terapia empregada em pessoas que apresentavam seqüelas. Na queimadura, ela exerce um papel preventivo, caso seja iniciada precocemente. Caso contrário, o paciente poderá desenvolver seqüelas, principalmente pela imobilização ou pela posição antálgica que exerce. Quanto mais precoce for iniciada a fisioterapia, melhores serão os resultados futuros. (GOMES et al, 2001apud Ferreira 2003).
    Durante a balneoterapia o fisioterapeuta realiza condutas com o objetivo: Obter uma ferida de queimadura limpa; Manter a amplitude de movimento e a mobilidade cutânea; Reduzir o edema; Manter a força e a resistência muscular;Impedir complicações e reduzir as contraturas cicatriciais; Manter adequada função respiratória e cardiovascular; Proporcionar boa cicatrização pelo melhor alinhamento das fibras cicatriciais; Evitar seqüelas ou auxiliar no tratamento de seqüelas já instaladas; Readquirir o máximo de função para o paciente;Proporcionar o retorno o mais rápido possível às AVD’s com independência; Ajudar o paciente a retornar a uma vida ativa dentro da sociedade.
    A atuação do fisioterapeuta tem enorme contribuição para a reabilitação, à prevenção e aceleramento do tempo de recuperação do paciente queimado e seu tempo de internação.

    É importante ressaltar que a recuperação do paciente queimado depende, acima de tudo, do seu desejo de superar suas limitações, de enfrentar seu sofrimento e, principalmente, da sua vontade de viver, pois é preciso acreditar que nada é superior à nossa própria vontade de vencer (Ferreira 2003).

    Por Heitor Machado.

    terça-feira, 7 de junho de 2011

    Quedas em Idosos







    Hoje o nosso tema é sobre quedas em idosos. Trago esse tema essa semana por conta do grande número de ocorrências que chega à Clínica-escola da Faculdade na disciplina de Geriatria. Por conta desde fato, venho por meio deste, orientar não só os idosos, como também seus familiares e cuidadores, pois são nos pequenos detalhes que vêm os grandes problemas.
    Muitos idosos têm medo de cair. Esse medo aumenta quando a pessoa envelhece, e aumenta ainda mais naquelas que já sofreram quedas anteriormente. Isso pode fazer com que o idoso tome medo de fazer suas atividades diárias como: andar, passear, tomar parte em atividades sociais.
    5 - 10% dos idosos sofrem lesões severas e no maior número dos casos ocorre fratura de quadril.

    Quais as consequências dessas quedas?
    • Redução das atividades
    • Restrição da mobilidade
    • Piora da qualidade de vida
    • Medo de cair.
    Quais são os fatores de risco? (modificáveis e não-modificáveis)
    • Idade avançada (80 anos e mais)
    • Sexo feminino
    • Déficit cognitivo
    • Doença de Parkinson, osteoartrite de quadril e joelhos, depressão e AVE.
    • Limitações visuais
    • Distúrbios de marcha ou equilibrio com mau prognostico de reabilitação
    • Quedas anteriores
    • Equeilibrio e marcha
    • Imobilidade e fraqueza muscular
    • AVD
    • Polifarmácia
    • Medicamentos psicoativos
    • Isônia
    O que deve ser corrigido dentro de casa para evitar as quedas?
    • Ambientes mal iluminados
    • Condições do piso
    • Tipo do piso
    • Tapetes (sempre escorregam)
    • Altura da bacia sanitaria
    • Animais de estimação
    • Móveis inadequados
    • Escadas
    • Iluminação noturna
    • Sapatos escorregadios
    • Presença de fios elétricos ou extensões de telefone, obstruindo à passagem
    • Objetos úteis de difícil acesso.
    Embora quedas possam acontecer em qualquer lugar, mais da metade delas acontecem em casa. Quedas em casa geralmente acontecem quando a pessoa está executando atividades normais do cotidiano.
    Então, tome sempre cuidado com esses detalhes. Se precisar de algum objeto que está em algum lugar alto, chame outra pessoa para pegar.
    A prevenção é o melhor remédio.


    Espero que gostem desse aviso e que diminua o número de quedas em idosos.

    Por: Heitor Machado

    sexta-feira, 3 de junho de 2011

    CONDROMALÁCIA PATELAR OU DOR FÊMURO-PATELAR

    Olá caros leitores, hoje vamos falar sobre condromalácia patelar, patologia que vem atingindo um número grande de pessoas.


    A Condromalácia patelar consiste em uma patologia crônica degenerativa da cartilagem articular da superfície posterior da patela e dos côndilos femorais correspondentes, que produz desconforto e dor ao redor ou atrás da patela. É comum em jovens adultos, especialmente jogadores de futebol, ciclistas, jogadores de tênis e corredores.
    A condromalácia patelar refere-se ao joelho que foi estruturalmente danificado, enquanto que o termo mais genérico síndrome da dor patelo-femural se refere aos estágios iniciais dessa condição, na qual os sintomas ainda podem ser completamente revertidos. Porém, eventualmente, mudanças causadas por reações inflamatórias internas da cartilagem produzem um dano estrutural muito mais difícil de ser tratado.

    GRAUS E CARACTERÍSTICAS
    • I - amolecimento da cartilagem e edemas
    • II - fragmentação de cartilagem ou fissuras com diâmetro < 1,3cm diâmetro
    • III - fragmentação ou fissuras com diâmetro > 1,3cm
    • IV - erosão ou perda completa da cartilagem articular, com exposição do osso subcondral


    SINTOMAS

    Os principais sintomas são: dor profunda no joelho ao subir e descer escadas, ao levantar-se de uma cadeira, ao correr, muitas vezes restringindo atividades físicas. Dores atrás ou ao redor da patela, ocorrem principalmente quando o joelho é flexionado - como ao subir escadas ou agachar-se, por exemplo. Uma ardência ou dor ao ficar com o joelho flexionado por longos períodos, mesmo sem forçá-lo, também é um sintoma comum na condromalácia patelar, além de crepitação e estalos, muitas vezes audíveis. É possível também a presença de derrame intra-articular (edema).

    CAUSAS

    A causa exata ainda permanece desconhecida, porém segundo a literatura, acredita-se que esteja ligada a fatores anatômico, histológicos e fisiológicos, que resultam no enfraquecimento e amolecimento da cartilagem envolvida.
    O fator mais comum é o traumatismo, seja por um trauma crônico por fricção crônica entre a patela e o sulco patelar do fêmur - por onde ela passa durante a flexão do joelho - em razão do uso inadequado de aparelhos de ginástica, exercícios em step, agachamentos ou leg press, bem como pela prática inadequada de esportes, com força excessiva aplicada na patela; ou por um trauma distinto, como uma pancada ou choque do joelho sobre um objeto, e lesão aguda da cartilagem femoropatelar, com impedimento da nutrição ideal dessa estrutura devido às rachaduras originadas.

    Aqui, vão algumas recomendações:

    • Excluir exercícios e esportes de alto impacto (futebol, vôlei, basquete, corrida, ciclismo) ou atividades suspeitas de causarem a lesão. Natação é um bom exercício para manter o condicionamento físico sem afetar o joelho.
    • Reforçar os músculos fracos, fazendo exercícios leves e de baixo impacto. É especialmente importante reforçar o músculo vasto medial para equilibrar as forças atuantes sobre a patela - fazendo extensão de cada perna separadamente, por exemplo.
    • É importante avaliar o limite de extensão e flexão do joelho durante os exercícios, para não agravar o quadro. Peça ao profissional para demonstrar. Evite a sobrecarga.
    • Alongar quadríceps, banda iliotibial (lateral), posterior da coxa, tendões e panturrilha regularmente. Não esquecer de alongar bem antes e depois dos exercícios.
    • Colocar gelo no joelho após os exercícios.
    • Evitar subir e descer escadas.
    • Garantir lugar suficiente para a perna no carro ou no seu lugar de trabalho, evitando manter o joelho flexionado mais de 90 graus por muito tempo.
    • Manter boa postura e evitar cruzar as pernas por longos períodos.
    • Não sentar sobre as pernas com o joelho em hiperflexão.
    • Quando estiver deitado, não deixar o peso do corpo pressionar ou mover a patela, usando um travesseiro para manter os joelhos levemente separados e as patelas no lugar.
    • Usar sapatos confortáveis, principalmente durante os exercícios.
    • Evitar aplicar peso excessivo na articulação afetada, perdendo peso se necessário.
    • É imprescindível fazer uma avaliação com um reumatologista, um ortopedista, fisioterapeuta, para receber o tratamento correto. Jamais faça exercícios em academias sem a assistência de um professor de educação física. As orientações dadas aqui podem ser excluídas com o tempo.

    DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

    O diagnóstico mais detalhado é feito, normalmente, através de um exame de Ressonância Magnética e em vários casos é recomendado o uso de anti-inflamatórios, fisioterapia e até mesmo cirurgia (casos mais graves).
    Caso se trate de doença crônica, o tratamento baseia-se apenas na redução da dor. Não há um protocolo rígido de indicação de tratamento. É necessário estudar a forma mais eficaz para cada paciente de acordo com o grau da lesão adquirida, e que, principalmente, não cause dor.
    O fortalecimento do quadríceps é primordial, e é preciso também recuperar a potência do membro inferior, executando exercícios com um grau de dificuldade progressiva, evitando uma sobrecarga na articulação fêmoro-patelar


    Espero que essa matéria lhe ajude em seus conhecimentos. Até em breve com novas matérias!!
    Por Heitor Machado.