quarta-feira, 12 de outubro de 2011

13 de outubro, dia do fisioterapeuta


Das mãos a energia, do olhar a compreensão, da vida a verdade. A força que emana da vontade de ser mais que alguém, ser alguém que cuida, acolhe, sente, compadece, apóia, auxilia, ensina, aprende e ama. Das mãos vem algo mais que reabilitação, vem humanidade. Humanidade expressa no riso eufórico de uma criança, no choro de um adulto ao reaprender a dar os primeiros passos, na felicidade de um idoso ao ter suas dores aliviadas. Ser fisioterapeuta não é ter uma profissão, é ter uma filosofia de vida; é compadecer-se do sofrimento alheio e dar-lhe, através das mãos, um alívio. É acreditar na força do amanhã, entender as adversidades como simples pedras no caminho e não montanhas e assim, como diz o poeta, recolher todas estas pedras para um dia fazer um castelo; castelo que irá tornar-lhe mais forte na missão de ser humano. Ser fisioterapeuta é dar ao paciente a vontade de continuar vivendo, é fazer a vida valer a pena, devolver-lhe o sorriso, a vontade de lutar. Ser fisioterapeuta é ter o dom, que eu diria mágico, de se dá à sua profissão na vontade e necessidade de dar ao paciente uma melhor qualidade de vida. Ser fisioterapeuta é ser feliz na felicidade do seu paciente.

Parabéns a todos os fisioterapeutas e acadêmicos de fisioterapia


Alessandro Santos

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Possível via terapêutica para danos cerebrais e doenças neurodegenerativas

Para os adeptos da ciência aplicada à neurobiologia, assim como os “viciados” neste assunto tão complexo e ao mesmo assustador, segue um artigo como referência aos interessados que planejam ter na neurociência um futuro promissor.
Como todos nós sabemos, durante quase todo o século 20, o “dogma central da neurobiologia” dizia que a neurogênese (o nascimento de neurônios novos) ocorria apenas durante o desenvolvimento embrionário e que o sistema nervoso central adulto era estático, sem capacidade de regeneração. Essa noção foi desafiada pela primeira vez apenas na década de 1960, quando Joseph Altman e colegas detectaram divisão celular pelo método de autorradiografia, mostrando novos neurônios no hipocampo e no bulbo olfatório de ratos adultos. Apenas na década de 1990, com o isolamento de células-tronco neuronais multipotentes do cérebro de camundongos adultos e com a demonstração de células em divisão na Zona Subventricular com capacidade migratória e de se tornarem neurônios, é que a ideia da neurogênese adulta em mamíferos foi amplamente aceita. Já no cérebro humano, somente nos anos 2000 é que vem sendo estudado e evidenciado que a neurogênese ainda ocorre na fase adulta, mesmo em sujeitos idosos, entretanto, as interações, funções e organização dessas células ainda continuam incertas. Agora está estabelecido que a neurogênese continua durante a fase adulta em pelo menos duas áreas do cérebro de mamíferos: (1) na Zona Subventricular ao redor dos ventrículos laterais e (2) na Zona Subgranular na região do hipocampo.
No sistema olfatório, as células-tronco residem na Zona Subventricular, região composta por astrócitos, por células proliferativas com alta capacidade mitótica e por neuroblastos jovens. Astrócitos são originalmente células da glia, os quais se acreditavam terem apenas uma função estrutural e de regulação de algumas substâncias no sistema nervoso, porém, especialmente na Zona Subventricular apresentam características únicas de células-tronco, podendo se dividir em células proliferativas e neuroblastos migratórios. Os neuroblastos jovens gerados na Zona Subventricular se organizam em cadeia e migram junto a Via Migratória Rostral, estrutura em forma de tubo composta por células da glia e vasos sanguíneos que possui grande interação com as células migratórias, onde a maior parte dessas células se direciona para o bulbo olfatório, órgão responsável pelo sentido olfativo e sua memória, se desprendendo e migrando para suas posições finais, sendo diferenciados em interneurônios e integrados à circuitaria neuronal. Na região do hipocampo, as células-tronco da Zona Subgranular se dividem em neuroblastos jovens que migram por uma curta distância até o giro denteado, onde se diferenciam em células granulares e se integram à circuitaria neuronal.
A neurogênese em ambas as Zonas Subventricular e Zona Subgranular estão envolvidas em alguns tipos de aprendizado, embora suas funções não sejam completamente conhecidas. A significância das funções da neurogênese adulta na Zona Subventircular ainda é incerta, mas sabe-se que há uma melhoria da memória de odores quando neuroblastos migram para o bulbo olfatório, e que esse não é o único alvo possível durante o percurso pela Via Migratória Rostal, o que foi visto em modelos animais de derrame cerebral apresentando lesão no córtex motor e no córtex somatosensorial, onde células progenitoras migraram para o local danificado e se diferenciaram em neurônios. Além da forte relação com o aprendizado e a memória, a neurogênese no hipocampo também tem um papel na regulação do humor, o que leva à hipótese de que transtornos de humor estejam relacionados a alterações na neurogênese adulta.
Desde que a neurogênese adulta foi devidamente reconhecida, muito progresso tem sido feito no entendimento de sua regulação e suas funções. Existe um grande interesse na possibilidade de reposição neuronal em casos de danos cerebrais ou doenças neurodegenerativas, envolvendo o uso terapêutico em humanos desse crescimento neuronal adulto, no entanto, muito ainda deve ser estudado para compreendermos melhor as vantagens evolucionais desses processos e sua complexidade funcional, para que possamos algum dia usar esse conhecimento em nosso benefício.

Autor: Whitman MC, Greer CA. Adult neurogenesis and the olfactory system. Prog Neurobiol 2009;89(2):162-75.


Por: Cristian Coutinho,
(Fisioterapeuta pela Universidade Guarulhos (2007); Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pelo Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, InCor-HCFMUSP(2008); Extensão em Neurociências pela Neda-Brain (2011); Especializando em Gestão de Negócios em Serviço pela Universidade Mackenzie (2012) e Fisioterapêuta da Cooperfit-SP)