E o Acidente Vascular Encefálico vem fazendo cada vez
mais vítimas. O Acidente Vascular Encefálico (AVE ou AVC), popularmente conhecido
como derrame, vem atingindo um contingente significativo de pessoas e tornou-se
responsável por um extenso número de internações em todo o país. Tendo íntima
relação com o hábito de vida pessoal, cabe a cada um tomar uma atitude para
mudar estes hábitos e prevenir este mal.
O AVE se caracteriza por uma disfunção da perfusão
sanguínea no cérebro ou em seus órgão anexos (cerebelo, bulbo e ponte). Devido
a esta disfunção falta oxigenação em uma área específica destas estruturas e
isto leva a uma lesão e conseqüente perda funcional.
Para compreender mais o AVE é necessário conhecer suas
duas categorias; têm o AVE hemorrágico, onde há uma ruptura de um vaso
cerebral; e o AVE isquêmico, onde, por conta de um êmbolo bloqueia-se a
irrigação sanguínea de determinado vaso. Deve-se destacar o caráter, de certa
forma, mais agressivo do AVE hemorrágico, isto pois, além de ocorrer a falta de
irrigação, o sangue depositado na área provoca, por compressão, uma queda no
nível de oxigenação tecidual (conhecida como hipóxia) nas suas margens.
O que faz com que o AVE seja tão perigoso? Cada área do
cérebro comanda uma função do corpo, portanto, uma lesão em determinada área
ser reflete em um déficit funcional, tanto sensório quanto motor. O paciente
vítima de AVE pode evoluir com um padrão de extensão em, membro inferior e
flexor em membro superior.
A este padrão damos o nome de hemiplegia, por atingir um
só lado do corpo e, curiosamente, este lado é contralateral ao lado da lesão
cerebral; grotescamente falando, isto significa que se a área de lesão se deu
no hemisfério Direito do cérebro a hemiplegia ser[á no lado esquerdo do corpo,
isto se dá pois a nível de tronco cerebral temos uma área onde as fibras
nervosas se cruzam, promovendo tal efeito; de forma literal, o lado esquerdo do
cérebro controla o lado direito do corpo e vice e versa.
Quem sofreu um AVE pode apresentar fraqueza muscular,
dificuldade para andar, falar, dor no ombro, entre outros sintomas. Sua
recuperação é lenta e progressiva.O fisioterapeuta responsável pela sua
reabilitação busca amenizar dores, diminuir o padrão espástico, caracterizado
por rigidez em alguns músculos específicos, e ganhar ou manter força muscular,
além do treino de marcha.
Todas as condutas são pautadas com o intuito de ganhar ou
manter determinado estado ou função. Com isto, independente do prognóstico, a
atuação do fisioterapeuta é de suma necessidade. Tendo esta idéia em mente,
todas as ações tomadas pela equipe interdisciplinar (médico, enfermeiro,
nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, e afins) são guiadas pelo desejo
superior de proporcionar ao paciente uma
melhor qualidade de vida.
Em minha curta vivência clínica, tanto na clínica escola
da faculdade quanto nos estágios que
fiz, tive a oportunidade de acompanhar alguns pacientes vítimas de AVE, e daí
surgiu a necessidade de alertar a todos sobre seu risco, coisa que faço nestas
duas postagens. Apesar destas abordarem primeiro a patologia e suas
conseqüências, seu intuito maior é levar a todos a importância de prevenir a
mesma. Alimentação saudável, atividade física regular, controle da pressão
arterial, redução do nível de estresse, aliado a um check-up médico periódico
podem ser grandes armas na sua prevenção.
É importante deixar bem claro que é possível sim conviver
com a doença, para isto basta um acompanhamento adequado no intuito de reduzir
suas conseqüências. Outro fator extremamente importante é compreender que, se
tratando de fisioterapia, grande parte da evolução do quadro depende
exclusivamente da vontade do paciente. Portanto, confiança e perseverança são
necessários durante todo o tempo de reabilitação, que dependendo do déficit
funcional apresentado pelo paciente, pode ser prolongado e cansativo.
Dado o alerta, espero que cada um comece a rever seus
hábitos e extirpar os maus costumes para que se possa afastar de vez o risco de
um AVE e/ou de outras patologias. É preciso que se viva com qualidade e
segurança e estes fatores dependem apenas de você. Se cuide sempre.
Por
Alessandro William S Santos
Fisioterapeuta e Instrutor de Pilates